quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Pedaços de mim #4 - Eu, nos dias de hoje

Quando fechas os olhos, pensas em ti, na tua própria existência e fazes um flashback mental da tua vida até aos dias de hoje (se nunca fizeram isso, experimentem. Tirem um bocadinho do vosso tempo, fechem os olhos e concentrem-se na vossa pessoa) o que mudavas? O que farias de diferente? O que terias feito da mesma forma? E o que decididamente terias riscado da tua memória e dos teus acontecimentos passados?
Pessoalmente e até ao momento presente, quando faço esse rewiew, mudava uma coisa. Tinha feito uma coisa que eu queria muito, mesmo muito e que na altura não tive a coragem de levar avante. Não a vou mencionar aqui por ser demasiado pessoal, mas é o meu único ponto de dor na alma até aos dias de hoje. Pequeno ponto, por sinal e que raramente penso nele, mas de vez em quando dá o ar de sua graça e inunda-me os pensamentos. Entrei nos trinta. Já vivi tanto. E vivi tão pouco ainda. Tenho uma união muito grande com os meus mais chegados. Somos um núcleo pequeno, mas uma família grande. Não estamos juntos todos os dias, mas quando um de nós está mal, no mesmo instante a notícia espalha-se e ficamos todos a saber uns dos outros. Quer do lado paterno, quer do materno. Não sou enfermeira, como pensei que seria. Fui uma quase-enfermeira. Tal como o meu pai. Genes, será? O amor tem destas coisas. Enamoramo-nos, sempre fomos duas pessoas cheias de sonhos e objetivos e isso sobrepôs-se ao desejo de continuar os estudos. Não me arrependo. Gosto das escolhas que fiz. Em criança fui feliz. Em jovem essa felicidade continuou. Quando casei aumentou. E quando tive o meu filho transbordou e ultrapassou tudo o que conhecia até então. Considero-me uma sortuda. A vida tem-me corrido bem e as minhas escolhas teem sido acertadas. Talvez porque passo por um processo em pensamento de objetivos e planos. E posteriormente é que passo à ação. Sou uma pessoa  razão-coração. Se por um lado tento ter os pés bem assentes e tenho um lado racional muito presente. Ao mesmo tempo sou sonhos e coração e quando dou por mim ando lá no alto a flutuar e a sonhar com tanta, tanta coisa. Não sei se é bom ou mau. Mas esta sou eu.

Se mudava alguma coisa na minha personalidade e até nas minhas escolhas e no meu percurso até ao presente? Claro que sim, quem não? Mas o importante mesmo é sabermos lidar connosco mesmos e com o meio envolvente e conseguirmos estar de bem com a vida... Sorrir para a vida e sermos gratos. Se assim for... mais tarde ou mais cedo, ela sorri de volta! Quero acreditar que sim.

11 comentários:

  1. Ai mulher, até me dá arrepios ler-te pois é quase o mesmo que estar a ler-me! Temos semelhanças incríveis e inacreditáveis! Tal como tu, de volta e meia gosto de fazer uma introspecção! Acho que faz bem! beijinhos

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    1. A vida é mesmo assim, há coincidências estranhas mas tão boas. Por acaso gosto desta espécie de introspeção, de vez em quando sabe bem e a mim acalma-me... Beijinho grande.

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  2. Oi Joana tua reflexão já vem com as respostas.
    Acho que é por aí mesmo... sermos gratos; mesmo
    um espinheiro pode ser bem maior...
    PAZ E BEM.

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  3. Olá Joana, exercício difícil esse de olharmos para a nossa vida e fazermos um balanço. Eu, evito. Não por alguma razão especial mas porque pura e simplesmente não gosto de fazer balanços. Mas sou como tu, uma pessoa feliz a quem a vida sempre sorriu. Problemas, tive-os, tenho-os, mas é assim a caminhada. Como dizia a minha mãe, tudo tem solução, só não se dá jeito na morte. Se mudaria alguma coisa do passado? sim, mas obviamente já não é possivel. Se tenho ainda algum sonho para o futuro? gostaria de morar fora por um tempo. Talvez se concretize ainda, talvez não... Beijinho!

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    1. Olá Val. Eu aqui o que vos conto e exploro é sempre a nível pessoal e o que é válido para mim pode não o ser para o outro. Mas, lá está, é a minha história que ainda é tão curta. Claro que cada pessoa tem a sua história de vida e o que para mim me acalma, a outros o fazer esta introspeção pode ser um tormento. Mas eu cá sou defensora que mesmo sendo um tormento, por vezes enfrentar os nossos medos, as nossas inseguranças e as nossas más escolhas também pode ser um bom exercício e uma boa aprendizagem. Quanto ao seu sonho futuro, porque não? A vida é uma caixinha de surpresas (mesmo que por vezes sejam más), mas pode ser que consiga ainda realizar esse desejo. Não é nada de transcendente, creio eu. Beijinho grande.

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  4. Joana eu, simplesmente, aceito a vida que tenho. As minhas escolhas, no contexto em que foram feitas, não poderiam ter sido outras.
    Estou de bem comigo e de bem com a vida. Acho que a isso se chama ser feliz. Beijo

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  5. Sou psicóloga de profissão por isso introspecção é algo que faço com frequência... e o resultado é sempre o mesmo, acabo a pensar que sou hoje o resultado de todas as escolhas, por isso é agradecer o que tivemos e o que não tivemos e que nos trouxe até aqui, a este momento. E se mudava alguma coisa? Claro que sim. Mas quão desinteressante a vida seria se assim não fosse?
    Beijinho
    Joana

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  6. Pensamento e atitude positiva trazem coisas positivas. Acredito muito nisto.

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  7. Joaninha, bom conhecer essa menina que entrou nos trinta e com uma caminhada de vida tão positiva! Quanto a mim... também estou de bem com a vida. E por agora não mudava rigorosamente nada! Porque aceito tudo o que a vida me deu e me reserva. Penso que nascemos com um propósito de vida defenido e temos de viver de forma a que valha a pena. Com momentos bons e outros menos bons. Bjinho

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  8. A vida oferece-nos escolhas, mas também nos apresenta muitos factos consumados. E muitas das grandes mágoas da minha vida ficaram a dever-se a factores externos. Não podemos controlar tudo. Algumas coisas, sim, mas muitas outras temos de aceitar, porque assim se desenrolaram os acontecimentos...
    Belo 'post', Joana!
    Um beijinho

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