(...) O tempo amolece até o mais duro dos corações.
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Passou um ano e meio. E por esses dias, recebi uma sms de uma amiga, dizendo que haveria um jantar-reencontro da nossa turma de 9º ano. Tínhamos-nos separado quase todos. Muito reticente, mas lá fui. E quando cheguei, lá estavas tu. E um lugar vago à tua frente. Agora penso se não terá sido de propósito. Sentei-me e pouco falamos. Começamos o jantar e pedi uma cerveja. E depois pedi outra. Precisava de beber. Naquela época não se aplicava lá muito a regra de não servir álcool aos menores de idade em restaurantes. Eu, que nunca bebia álcool. Mas eras demais para mim. Voltou tudo outra vez. Porquê? Eu já te tinha esquecido. E agora estavas ali, mesmo à minha frente e sorrias. E o meu coração voltou a bater descompassado. Então precisava de outra cerveja. E outra. Não me lembro de quantas bebi, mas sei que quando me levantei sentia-me tonta e cambaleante. E tu agarraste-me. E saímos do restaurante abraçados. Eu não estava bêbeda, estava alegre e ria-me imenso. E tu rias-te. E rimo-nos os dois. E fomos passear ao ar livre. Juntos. Paramos no sitio onde namoramos tantas vezes, no jardim em frente à Câmara Municipal e sentamos-nos na relva. Estava escuro. Não me lembra se havia estrelas no céu, mas eu sentia-me iluminada por dentro como à muito não sentia. E falamos muito, sobre o que tinham sido as nossas vidas desde que nos deixamos de ver. E o meu telemóvel tocou. Já era meia-noite. Já? Passou tão rápido. O meu pai já estava à minha espera. Queria tanto ficar contigo. Despedimos-nos. Eu dei-te um beijo na cara. E tu deste-me um beijo nos lábios. Como é que te atreveste? Mas eu deixei. E retribuí. E depois demos outro e mais outro. E o meu telemóvel tornou a tocar. E eu fui embora. Nessa noite, já em casa, combinamos um encontro para o dia seguinte, para falarmos melhor do que tinha acontecido. Querias namorar comigo. E eu não queria. Pediste-me desculpa. Disseste que estavas mais maduro e mais velho... A sério? Só passou um ano e meio, embora eu achasse que passou uma vida inteira. E não aceitei o teu pedido. E assim continuamos amigos durante mais um tempo. Voltamos ao nosso cantinho para jogar snooker, íamos tomar café juntos. Voltamos a estar com alguns dos nossos amigos em comum. Trabalhavas de noite numa padaria e dormias de dia. E deixaste de dormir muitos dias só para estar comigo. Vinhas a pé de casa e eu contava os minutos que faltavam para acabar as aulas e ir ter contigo. Ias trabalhar de noite com duas horas de sono e entupido de cafés para te manter acordado. Falávamos imenso. Sobre tudo. Sobre a vida. E dos planos que tínhamos para a vida. E percebemos que alguns dos planos eram parecidos. E começamos a fazer planos em comum. A traçar objectivos em comum. E estávamos sempre juntos. Para todo o lado. Mas não namorávamos. Até ao dia vinte e um de Maio. Nessa tarde, levaste-me ao parque. Mandaste-me subir a um banco de jardim e pediste-me em namoro. Estavas com uma cara séria e aquilo que dizias era sentido. E eu aceitei. Já o tinha aceitado muito antes de te ter dito que sim. Nesse dia à noite mandaste-me uma sms a dizer 'Hoje, foi um dia muito feliz para mim... Começamos a namorar... E o F.C.Porto ganhou a taça Uefa'. E eu percebi. Não era a típica declaração de amor que eu esperava, comparar-me a um sentimento pelo teu clube de futebol. E eu sei o quanto adoras futebol. Mas percebi, que entre nós não havia artificialismos, como até hoje não os há. Que somos crus, que somos diferentes, por vezes tão diferentes, e noutras tão iguais. Começamos a namorar no dia vinte e um de Maio de dois mil e três... até hoje!
Ai o amor! Por mais que tentemos fugir dele, ele apanha-nos numa esquina qualquer! Ou numa cadeira qualquer! É inevitável! Mas é tão lindo! É tão linda a tua história! beijinhos
ResponderEliminarObrigada Elisabete... Por mais que tentemos fugir... ele (o amor) apanha-nos e prende-nos. Beijinhos grandes
EliminarJoana esse fogo, esse brilho essa perdição, só se sente em adolescente. Eu só. Em adolescente.
ResponderEliminarTenho um sorriso terno e um bocadinho parvo a bailar nos lábios. Beijo
Fico contente por ter despertado em si um sorrido terno e parvo. Também são bons esses sorrisos. Beijinho grande.
EliminarQue bonito! E partilhamos outro pormenor interessante além do nome, também eu e o meu marido começámos a namorar no dia 21 de Maio mas de 2001. Que seja eterno!!
ResponderEliminarBeijinho
Joana
Que coincidência gira, Joana, viu? :-) Eu talvez dissesse: - Que seja eterno... enquanto durar! Beijinho grande.
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